
“Depois de aterrarmos no aeroporto de Maputo e de uma longa espera para passar a fronteira, somos recebidos de braços abertos pelo Ir. Sábado, Ir. Pascoal e o Borja! Vistos aceites, malas recolhidas e estamos no carro... ufff!
Logo reparamos que, em Moçambique, as cores são mais térreas, o sol é laranja, as roupas mais coloridas e todos aparentam esboçar um sorriso, mesmo que alguns sejam desconfiados. Vamos ser muito felizes aqui!
A nossa viagem até ao Bilene faz-se de carro, pela movimentada estrada nacional que liga o Sul ao Norte. Sorte a nossa que é de alcatrão! Ao fim de 2h30, chegamos à casa Marista de Manhiça. Lá, o Ir. João Torcato e o Ir. Medida acolhem-nos com um café, bolo e um grande sorriso cheio de vontade de nos conhecer. Demos um passeio por Manhiça, uma vila cheia de vida e movimento, fizemos algumas compras de supermercado e regressámos para o almoço.
Terminado este momento de convívio, é tempo de seguir viagem até ao destino final. Para trás ficam a Catarina e a Andreia, a quem desejamos uma ótima experiência e aprendizagem! #Estamosjuntos. Ainda aproveitamos para parar na Escola Marista da Manhiça e conhecer os cantos à casa.
Mais 1h30 e a última paragem em Macia para comprar uma papaia àquela simpática senhora que está junto da estrada à espera de clientes. Macia tem o supermercado que serve a nossa comunidade e, acreditem ou não, está a 33Km de distância.
Finalmente chegámos!! Somos recebidos pelo extenso areal branco e uma lagoa de água transparente a perder de vista, isto a 100m de casa! Conhecemos também o Ir. Marc e o Eugénio e o Sérgio, dois simpáticos jovens que estão a formar-se para se tornarem Irmãos Maristas. Eles e o Ir. Sábado formam a comunidade do Bilene. O tempo ainda permitiu aperciar o rasgo laranja de um pôr do sol ja baixo e quente. Eram 17:20h. No Domingo, somos apresentados na Igreja e damos os primeiros toques no Changana: “kanimambo” (obrigada)!
UMA SEMANA DEPOIS...
É sexta feira. Durante a hora de jantar é tempo de refletir: “há uma semana atrás estávamos a embarcar no avião em Lisboa para uma longa viagem”. E que rápido passou esta semana!
Iniciamos as nossas aulas, português (para o 8º ano) e informática (para o 9º e 10°). A salas são bem ao estilo português de antigamente: carteiras e cadeiras de madeira já gasta onde se sentam aos pares; dois quadros de ardósia bem grande para escrever matéria ou exercícios; duas ou três capulanas a tapar o sol alto que vem do exterior...
São 6h45, os alunos da manhã perfilam no centro do pátio para rezar entonar o hino nacional: “Pátria Amada”. No final? É tempo de ir para as salas e escutar os ensinamentos dos professores.
Durante as 3ª-feiras de manhã também ensinamos Português aos dois jovens noviços da comunidade e ajudamos com os computadores.
No sábado, foi tempo de descanso e passeio. Atravessámos a lagoa de barco e, do outro lado, uma longa caminhada sobre as areias finas e brancas levou-nos até ao famoso mergulho no Índico, sempre em busca da água quente tão anunciada por cá. Fizemos o passeio com a comunidade de Manhiça e que bem que soube aquela manhã de sábado!
No domingo, depois da missa tão tipicamente africana com música, alegria e animação era tempo de prepararmos um petisco ao estilo português para a comunidade como forma de agradecimento.”
Marta Castel-Branco e Guilherme Ferreira dos Santos.